Mãe de aluno diz que alertou a escola em 2022 sobre ‘brigas pesadas’ e temia tragédia

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Dona Maria relata que ligou diversas vezes para a direção da Escola Estadual Thomazia Montoro pedindo para que polícia fosse acionada. Filho dela relata carinho das educadoras, mas problemas constantes entre alunos e violência. Uma professora foi morta e outras quatro pessoas ficaram feridas após serem esfaqueados por um estudante.

A mãe de um aluno da escola Escola Estadual Thomazia Montoro disse nesta terça-feira (28), em entrevista ao programa Encontro, que temia desde o ano passado que uma tragédia pudesse ocorrer na escola por conta de “brigas pesadas”.

Ela ainda relatou que alertou a direção da escola diversas vezes, pedindo que a polícia fosse acionada.

“Eu tentei alertar a escola. Eu avisei a escola o ano passado, quando teve várias brigas. Cada briga que tinha eu ligava para ver se a gente conseguia ajudar as crianças. Cheguei a ligar e pedir para que fosse colocado a polícia lá dentro, pelo menos três vezes por semana”, relatou dona Maria.

Quatro professoras e um aluno foram esfaqueados na manhã desta segunda-feira (27) dentro da sala de aula, na hora da chamada. Uma das professoras, Elisabete Tenreiro, de 71 anos, teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário da USP.

“Eu tinha essa preocupação porque eram brigas pesadas, agressões físicas. Qualquer hora vai acontecer uma merda dentro dessa escola”.

Na manhã desta terça, estudantes fazem uma vigília na porta da unidade.

O agressor, um aluno de 13 anos do oitavo ano na escola, foi desarmado por professoras, apreendido por policiais e levado para o 34° DP, onde o caso foi registrado.

O governo paulista decretou luto de três dias pela morte da professora.

O estudante responsável pelos ataques está no Centro de Integração Inicial da Fundação Casa e passará pela audiência na Vara de Infância e Juventude nesta terça (28).

O corpo Elisabete Tenreiro é velado em cerimônia restrita aos familiares no Cemitério do Araçá, na Zona Oeste da capital. O vídeo abaixo mostra o momento em que a educadora é atacada.

A educadora se aposentou como técnica do Instituto Adolfo Lutz em 2020, mas continuou dando aulas de ciências.

Era professora desde 2015 e começou a atividade na escola Thomazia Montoro neste ano.

Brigas frequentes, bullying, falta de segurança

A escola faz parte do Programa de Ensino Integral (PEI), projeto do governo do estado de São Paulo, desde 2021 — no governo de João Doria (então no PSDB).

Relatos de pais, alunos e profissionais da educação indicam para déficit de funcionários e precarização do trabalho. Ex-alunos e pais que mencionam episódios de bullying e maus-tratos entre os muros da escola.

Segundo dados do Censo Escolar, conta com 15 professores e aproximadamente 300 alunos matriculados do 6º ao 9º anos do ensino fundamental.

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