Menina esmagada por muro do metrô tem alta da UTI e vai para enfermaria; ‘conversa tudo’, diz mãe
Kemilly Kethelyn Lino da Silva foi atingida placa de concreto em 16 de outubro, durante festa de Dia das Crianças. Segundo Hospital da Restauração, estado de saúde dela é considerado estável.
A menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, esmagada por uma placa de concreto do muro do metrô do Recife, teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi para a enfermaria pediátrica neste domingo (24). A informação foi repassada pela assessoria de imprensa do Hospital da Restauração, no Centro da capital pernambucana, onde a garota está internada.
O acidente aconteceu no dia 16 de outubro, durante uma festa promovida pela ONG Mão Amiga, para celebrar o Dia das Crianças, na comunidade do Papelão, no Coque, na área central do Recife, onde vive a família da garota de 8 anos.
A alta da UTI aconteceu por volta das 11h deste domingo (24) e o pai, Francisco Lino, foi para a unidade de saúde, enquanto a mãe organizava os outros dois filhos para poder ir ao hospital.
“Ela está bem melhor. Conversa tudo, fala tudo. Meu esposo foi ficar com ela [pela manhã] e fez uma chamada de vídeo. Estou muito feliz, mas vou ficar mais feliz ainda quando minha filha estiver em casa”, disse a mãe da menina, a dona de casa Caroline Pereira da Silva.
Kemilly respira sem a ajuda de aparelhos desde a quinta-feira (21), quando foi feito o procedimento de extubação. Neste domingo (24), o HR informou que a menina está consciente e o estado de saúde considerado estável, sem previsão de alta hospitalar.
Ainda de acordo com a unidade, a garota passa por novas avalições nos próximos dias para saber como serão os próximos procedimentos.
Kemilly, segundo o HR, sofreu politraumatismo. De acordo com os parentes, a menina sofreu fraturas no crânio, na coluna, nos pés e na pelve, onde foi feita uma cirurgia.
O projeto do qual Kemilly participava no momento do acidente atende 120 famílias em situação de vulnerabilidade social. O Coque é o bairro do Recife com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, com 57% dos moradores vivendo com renda mensal entre R$ 130 e R$ 260.
De acordo com os moradores da região, o muro estava bastante danificado e, em alguns trechos, já tinha desabado. A menina estava em pé, na calçada, quando a estrutura desabou.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é a responsável pela estrutura que caiu em cima de Kemilly e afirmou, dias depois do acidente, que faz manutenção e vistoria constantes ao longo de toda a malha metroviária.
Na segunda (18), o governo de Pernambuco entrou com uma notícia-crime contra a CBTU e acionou o Ministério Público para que a promotoria acompanhe a apuração do caso. A Polícia Civil também está investigando o caso.
Os parentes de Kemilly pediram à companhia transporte para visitar a menina no hospital, apoio psicológico e uma cesta básica, já que o pai da menina, o gari Francisco Lino, precisou parar de ir ao trabalho por alguns dias devido ao acidente. Os pedidos não foram atendidos de imediato, mas, posteriormente, foram concedidos.