Fã de Bruce Lee, taxista idoso faz sucesso nas redes sociais exibindo performances com nunchaku

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Severino Cardoso Sobrinho, de 64 anos, conta que aprendeu com colega posições iniciais e melhorou técnica assistindo a filmes do ídolo. Morador do Recife, ele já fez aulas de karatê e kung fu.

Um fã de Bruce Lee, astro dos filmes de artes maciais falecido em 1973, tem feito sucesso nas redes sociais com vídeos inspirados no ídolo. Aos 64 anos, o taxista Severino Cardoso Sobrinho faz vídeos exibindo performances com o nunchaku, arma feita de duas hastes ligadas por uma corda ou corrente.

O nome que adotou nas redes sociais, taxista samurai, veio de uma brincadeira de um amigo. “Eu estava há uns 20 anos sem treinar e voltei. Fiz um vídeo e mandei para um amigo e ele disse ‘vou colocar você como taxista samurai, o ninja de Pernambuco’. Eu disse a ele que não sou samurai. Quando olhei, estava lá [na internet]”, contou.

Depois da surpresa, Cardoso, que trabalha como taxista há cerca de 40 anos, começou a gravar as “manobras”. Em um dos vídeos mais populares, foram 7,3 milhões de visualizações, com 265 mil curtidas e 11,6 mil comentários. Em uma rede social que entrou em junho, ele já tem mais de 80 mil seguidores.

Nascido em Cumaru, no Agreste de Pernambuco, Cardoso veio para o Recife aos 6 anos de idade. Morador do bairro da Guabiraba, na Zona Norte da capital, teve o primeiro contato com o nunchaku aos 19 anos. Um amigo de São Paulo ensinou o básico, mas ele queria mais.

Na juventude, o taxista fez aulas de karatê e kung fu. No entanto, explicou, nenhum professor ensinava a fazer o que Bruce Lee fazia. O “mestre” foi o cinema

“Não tinha professor. Então, eu ia ao cinema assistir várias vezes para pegar a mesma posição. Eu fui muitas vezes para aprender. Teve uma posição na barriga, que eu não faço mais porque estou gordinho, que eu assisti umas 30 vezes para pegar. Era muito rápido, por isso, tive que ver muitas vezes”, explicou.

Com as responsabilidades da vida, o nunchaku acabou ficando de lado por alguns anos. Mas ela nunca deixou de acompanhá-lo no táxi, embora garanta que não mostrava a ninguém e que não gosta de brigas.

“Nunca briguei com ninguém e nunca vou brigar. Quem treina, treina para não brigar com ninguém. Aprendi [com as artes maciais] que era para não brigar”, explicou.

Há cerca de dois anos, a prática voltou à rotina. Aos poucos, Cardoso foi entrando em redes sociais e ficando animado com a repercussão de 150 visualizações. “Eu fiquei abismado quando chegou a 176 [pessoas]”, recordou, explicando que não imaginava que ia passar de 100 mil.

Percebeu logo que as pessoas queriam vídeos curtos e, com isso, passou a investir em rapidez dos movimentos. “Eles querem na internet vídeo muito rápido, com 30 segundos. Aí eu preciso colocar toda a minha velocidade para chegar na posição que eles querem”, explicou.

Perguntado se alguém pode substituir Bruce Lee, Cardoso foi categórico. “Não, nunca vai existir alguém como ele”, afirmou o taxista, que trabalha rodando principalmente no Centro do Recife.

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