Sobe para 134 número de casos registrados de lesões na pele que provocam coceira no Recife; surto atinge 19 bairros
Secretaria Municipal de Saúde contabilizou mais 17 moradores com sintomas. Os bairros de Ibura, Mangabeira e San Martin tiveram primeiras ocorrências. Total no estado passou para 202.
O Recife confirmou, na manhã desta quarta-feira (24), mais 17 casos de lesões na pele que provocam coceira. Com esse acréscimo, subiu de 117 para 134 o número de moradores com sintomas na capital pernambucana. O número de bairros com registro desse surto, que tem causa desconhecida, também aumentou, de 16 para 19.
Além do Recife, as cidades de Camaragibe e Paulista, na Região Metropolitana, também registraram casos. Até a terça-feira (23), os municípios tinham 62 ocorrências e seis registros, respectivamente. Até a última atualização desta reportagem, as duas prefeituras informaram que não houve acréscimo nesses números. Com isso, subiu para 202 o total de casos notificados em Pernambuco.
De acordo com a prefeitura do Recife, o surto atinge 19 bairros na capital pernambucana. Dois Irmãos e Guabiraba concentram mais de 80% dos registros na cidade. Confira o número de casos em cada um deles:
Número de casos do surto por bairro do Recife
Bairro | Casos registrados |
Dois Irmãos | 56 |
Guabiraba | 50 |
Ibura | 4 |
Várzea | 4 |
Boa Viagem | 3 |
Córrego do Jenipapo | 3 |
Passarinho | 2 |
Bomba do Hemetério | 1 |
Encruzilhada | 1 |
Torre | 1 |
Graças | 1 |
Morro da Conceição | 1 |
Brejo da Guabiraba | 1 |
Linha do Tiro | 1 |
Boa Vista | 1 |
Sítio dos Pintos | 1 |
Imbiribeira | 1 |
Mangabeira | 1 |
San Martin | 1 |
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) afirmou que mantém contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e com o Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco), além de ter uma parceria com médicos epidemiologista e infectologista, com “o objetivo de obter conclusões sobre os casos”.
No dia 19 de novembro, o Núcleo de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública da Secretaria Estadual de Saúde lançou uma nota técnica que orientou os serviços e profissionais de saúde a notificarem, em até 24 horas, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do estado sobre os casos de pessoas com lesões na pele e coceira.
De acordo com a gestão municipal da capital pernambucana, as investigações são feitas a partir de exames laboratoriais e de ações nas localidades com casos da doença, entre elas, a captura de mosquitos e de ácaros. A previsão é que sejam colhidos materiais de raspagem de pele de pessoas que apresentaram sintomas ainda nesta penúltima semana de novembro.
A Sesau informou que, até esta quarta-feira (24), não houve registro de agravamento do estado de saúde dos pacientes notificados. A secretaria reforçou a recomendação de que as pessoas não se automediquem e busquem atendimento nas unidades de saúde caso os sintomas apareçam.
Investigação
As gestões municipais, a SES e especialistas ainda não identificaram qual a causa das lesões. Os relatos das pessoas que foram acometidas é de coceira intensa, com lesões avermelhadas espalhadas pela pele.
As possibilidades investigadas vão desde a escabiose, conhecida popularmente como sarna humana, até reações alérgicas ou desequilíbrios ambientais provocados por questões como água e proximidade com áreas de mata.
A relação com arboviroses, que são as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika vírus e chikungunya, é uma possibilidade remota apontada pelos epidemiologistas.