‘Abriu o olhinho bem pouquinho para mim’, diz mãe de menina esmagada por placa de concreto de muro do metrô
Kemilly Kethelyn, de 8 anos, está intubada e segue em estado grave, no Hospital da Restauração, no Centro do Recife. Família se reúne com CBTU, responsável pelo muro, nesta terça-feira (19).
A menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, de 8 anos, que foi esmagada por uma placa de concreto que compõe o muro do metrô do Recife, continua internada em estado grave no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, nesta terça-feira (19). De acordo com a mãe dela, a dona de casa Caroline Pereira da Silva, a garota, que está intubada, conseguiu abrir um dos olhos e apertou a mão dela.
De acordo com o HR, Kemilly está internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do hospital. A menina respira com a ajuda de aparelho e está sedada, mas não em coma, explicou a unidade. Embora seja grave, o quadro de saúde é considerado estável pela equipe médica.
“Graças a Deus ela está reagindo bem. Fui no hospital ontem [segunda-feira, 19 de outubro], visitá-la. Eu mandei ela abrir o olhinho dela, ela abriu o olhinho bem pouquinho para mim, apertou minha mão. Estava lá, como sempre, chorando quando eu converso com ela. Mas graças a Deus ela, cada dia mais, está evoluindo bem”, afirmou a mãe de Kemilly.
O acidente aconteceu no sábado (16), durante uma festa promovida pela ONG Mão Amiga, para celebrar o Dia das Crianças. A família de Kemilly mora na comunidade do Papelão, no bairro do Coque, área central do Recife. A região é considerada uma das mais pobres da cidade.
Na segunda-feira, Caroline Pereira da Silva contou que a menina reage a estímulos e que chora quando ouve a voz dela. “O rosto dela está muito inchado, por isso ela tem dificuldade para abrir os olhos”, afirmou a dona de casa.
Nesta terça-feira (19), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelo sistema de metrô do Recife, marcou uma reunião com o pai de Kemilly, o gari Francisco Lino, para falar sobre o acidente. Também participam do encontro representantes da comunidade do Papelão e uma advogada que representa a família da vítima.
A reunião ocorre na sede administrativa da empresa, na Estação Werneck, em Areias, na Zona Oeste do Recife.
Na segunda, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) entrou com uma notícia-crime contra a CBTU e pediu que a Secretaria de Defesa Social (SDS) apure “com agilidade máxima” a queda da placa de concreto.
O governo também acionou o Ministério Público de Pernambuco para que o órgão acompanhe a apuração do caso. O governo solicitou que os responsáveis sejam processados criminalmente, “tendo em vista a natureza do fato, uma lesão corporal gravíssima”.
No mesmo dia, o pai de Kemilly depôs à Polícia Civil na Delegacia do Rio Branco, no Centro da cidade. A garota tem dois irmãos, sendo um garoto mais velho e uma menina mais nova.