Barreira desliza e atinge seis casas no Recife; bombeiros e Samu socorrem moradores

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Deslizamento ocorreu no Brejo da Guabiraba, na Zona Norte. Homem de 40 anos e adolescente de 16 anos foram socorridos. Chuva deixou ruas alagadas no Grande Recife.

As fortes chuvas registradas no Grande Recife entre a segunda-feira (9) e esta terça-feira (10) provocaram alagamentos e deslizamentos de terra. No Brejo da Guabiraba, na Zona Norte da capital, uma barreira deslizou e atingiu seis casas, das quais três ficaram destruídas.

Três pessoas ficaram feridas e foram retiradas do local do deslizamento. Uma mulher não identificada foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros, que disse que o deslocamento dessa vítima foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Entretanto, o Samu afirmou que socorreu dois feridos: um homem de 40 anos, identificado como Gleidson Tavares, e um adolescente de 16 anos, chamado Gleidson Júnior. Ainda segundo o Samu, eles foram levados para o Hospital da Restauração, no Derby, na área central do Recife, mas a unidade de saúde disse que não recebeu pacientes com esses nomes.

O auxiliar de produção Adriano Tavares mora em um dos imóveis atingidos e contou que estava em casa quando o deslizamento aconteceu.

“Perdi geladeira, perdi sofá, perdi muita coisa, mas o principal Jesus me deu, que foi a minha vida. Quando a casa cedeu na sala, minha esposa correu. Eu não tive tempo de correr e desci com o sofá, com tudo, nos escombros, mas consegui sair normal. Não me machuquei”, disse o morador.

Segundo ele, os vizinhos também foram atingidos quando a casa cedeu. “Já caiu em cima de outros imóveis. Caiu em cima da vizinha, atingiu meu vizinho ao lado e duas casas ao lado. Foram, pelo menos, quatro famílias. […] Posso dizer que nasci de novo porque foi muito sério”, contou.

A moradora de uma das casas atingidas, a dona de casa Ana Graça, contou que o deslizamento aconteceu por volta das 3h.

“Eu estava dormindo, eu só acordei porque meu irmão e minha cunhada começaram a gritar mandando eu sair. Eu ouvi a zoada, o barulho. Quando eu fui empurrar a porta do quarto, não deu mais para abrir porque já tinha caído metade da sala. Eu pulei a janela”, afirmou a moradora.

Além do marido, ela estava em casa com o filho, de idade não informada, que ficou soterrado e precisou ser resgatado pelos bombeiros. “Meu filho dorme na parte de trás, então não conseguimos pegá-lo e ele ficou soterrado. Eu comecei a gritar, e minha cunhada tentou tirar a gente dali. Quando saímos, poucos minutos depois caiu a casa em cima dela, ela também ficou soterrada”, relatou.

Ainda de acordo com Ana, a cunhada, o marido e o filho ficaram feridos. “Meu filho ficou duas horas embaixo dos escombros. A vizinhança começou a ajudar, chamando ele para tentar ver onde ele tava para não dormir, falando com ele até chegar os bombeiros, que foi por volta de 6h”, contou.

Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Cléber Dutra, o filho da moradora estava sob os escombros da casa. “Quando chegamos ao local, ele já estava fora da situação de desastre, o pai e a mãe também, e a gente conseguiu fazer os primeiros curativos neles”, afirmou.

Também de acordo com o capitão, ainda não foi possível saber a causa exata do deslizamento. “A gente não tem como afirmar, no momento, a causa do acidente, isso aí vai ser periciado pela Defesa Civil da cidade”, declarou.

A Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) autorizou que alguns moradores retornassem às casas para retirar objetos pessoais e documentos. Uma moradora identificada como Adriana contou que ela e o marido tiveram que sair correndo da residência durante a madrugada, pois a parede lateral da casa dela cedeu.

“Ele ainda caiu no buraco, mas conseguiu sair. […] Um cano da Compesa [Companhia Pernambucana de Saneamento] que tinha aqui, um cano mestre, ficou jorrando água e vieram dois rapazes pra desligar. Eu vou ali no quintal da minha mãe deixar as coisas, mas não temos para onde ir”, afirmou.

Em nota, a Compesa disse que “foi realizada uma busca no canal de atendimento da empresa (0800 081 0195) e não foi localizada qualquer notificação relacionada a vazamento para o endereço citado pela reportagem”.

A companhia também declarou que adotou “o protocolo de segurança em áreas de morros com o desligamento do sistema de abastecimento de água, de maneira preventiva devido às fortes chuvas registradas”.

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