Menina esmagada por muro do metrô respira sem ajuda de aparelho; ‘ela vem para casa logo, com fé em Jesus’, diz mãe
De acordo com o Hospital da Restauração, o procedimento de extubação ocorreu no fim da quinta-feira (21). Kemilly Kethelyn Lino da Silva segue internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A menina Kemilly Kethelyn Lino da Silva, esmagada por uma placa de concreto do muro do metrô do Recife, já respira sem a ajuda de aparelhos. A informação foi repassada nesta sexta-feira (22) pela assessoria de imprensa do Hospital da Restauração, no Centro da cidade, unidade onde a garota está internada.
O acidente aconteceu no sábado (16), durante uma festa promovida pela ONG Mão Amiga, para celebrar o Dia das Crianças. O evento ocorreu na comunidade do Papelão, no Coque, na Ilha Joana Bezerra, na área central do Recife, onde vive a família da garota.
“De hoje para amanhã ela já vai para a enfermaria. Que Jesus abençoe ela cada dia mais. Ela vem para casa logo, com fé em Jesus”, disse a mãe de Kemilly, a dona de casa Caroline Pereira da Silva.
De acordo com o Hospital da Restauração, o procedimento de extubação ocorreu no fim da quinta-feira (21). Os médicos iniciaram o processo de diminuição dos parâmetros de respiração mecânica e a garota respondeu bem. Com isso, o respirador foi removido.
O hospital não confirma, no entanto, a informação sobre a previsão de transferência de Kemilly para a enfermaria. Por hora, ela segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica do HR.
Kemilly, segundo o HR, sofreu politraumatismo. De acordo com os parentes, a menina sofreu fraturas no crânio, na coluna, nos pés e na pelve, onde foi feita uma cirurgia.
O projeto do qual Kemilly participava no momento do acidente atende 120 famílias em situação de vulnerabilidade social. O Coque é o bairro do Recife com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, com 57% dos moradores vivendo com renda mensal entre R$ 130 e R$ 260.
De acordo com os moradores da região, o muro estava bastante danificado e, em alguns trechos, já tinha desabado. A menina estava em pé, na calçada, quando a estrutura desabou.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é a responsável pela estrutura que caiu em cima de Kemilly. Na segunda (18), o governo de Pernambuco entrou com uma notícia-crime contra a CBTU e acionou o Ministério Público para que a promotoria acompanhe a apuração do caso. A Polícia Civil também está investigando o caso.
Os parentes de Kemilly pediram à CBTU transporte para visitar a menina no hospital, apoio psicológico e uma cesta básica, já que o pai da menina, o gari Francisco Lino, precisou parar de ir ao trabalho por alguns dias devido ao acidente. Os pedidos não foram atendidos de imediato, mas, posteriormente, foram concedidos.