Morre Guitinho da Xambá, cantor e compositor do grupo Bongar
Músico de 38 anos teve um AVC e a morte cerebral foi confirmada na quarta (17), segundo esposa. Parte da nação Xambá, em Olinda, Guitinho deixa legado também como ativista.
O ativista, cantor e compositor do grupo Bongar Guitinho da Xambá morreu, aos 38 anos, na quarta-feira (17) Segundo a esposa, a jornalista Marileide Alves, o músico teve um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 10 de fevereiro e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Esperança, em Olinda, até que teve o diagnóstico de morte encefálica.
Cleyton José da Silva, o Guitinho, foi internado em 1º de fevereiro e passava por exames preparatórios para uma cirurgia relacionada à síndrome de Cushing, doença rara que estava causando aumento da glicose, da pressão arterial e deixando o artista com o rosto e o abdome inchados, contou Marileide.
Após o AVC, no dia 10, o músico passou por uma cirurgia de emergência, mas teve a morte encefálica confirmada pela equipe médica no fim da tarde de quarta (17), ainda de acordo com a família.
Guitinho e Marileide foram casados por 17 anos. A luta pela causa do povo negro, contra o racismo e contra a intolerância religiosa fizeram parte da trajetória do artista e ficam para as próximas gerações, afirmou a esposa.
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“Ele deixou um legado gigante, mudou a história do coco no nosso estado. A gente pode dizer que o coco tem uma história antes e outra depois do Bongar. Com o grupo, os jovens passaram a vivenciar o coco de outra forma. Ele era um desbravador, um articulador”, disse Marileide.
O velório do músico começou na manhã desta quinta-feira (18), no Centro Cultural do Grupo Bongar, localizado na Rua Severina Paraíso da Silva, 5330, em Olinda. O enterro deve acontecer no Cemitério de Beberibe, em Águas Compridas, na parte da tarde.
Guitinho fez parte da comunidade tradicional quilombola de matriz africana Nação Xambá, localizada em Olinda. Guitinho foi um dos ogãs, como são chamados os responsáveis pelo canto e pelo toque nos terreiros. Ele foi um dos fundadores do grupo musical Bongar no ano de 2001, realizando o resgate e divulgação da cultura do povo de Xambá.
Ao lado de Nino, Iran, Beto, Túlio e Memé, Guitinho lançou e produziu cinco discos e um DVD repletos de batidas fortes da percussão e espiritualidade aflorada, levando o coco para diferentes locais do país. A história do grupo virou um documentário em 2012.
“Guitinho deixou mais de 100 composições. Ele influenciou muitos jovens na música. Muitos grupos de coco surgiram a partir da música do Bongar. Eu me sinto uma pessoa privilegiada pelos anos de convivência”, afirmou Marileide Alves.
Repercussão
Artistas e autoridades lamentaram a morte de Guitinho e exaltaram o legado do artista. O secretário de Cultura do estado, Gilberto Freyre Neto, afirmou em nota que Guitinho “foi uma liderança jovem, com um talento incrível para a música. Está marcado para sempre na cultura de Pernambuco”.
O presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Marcelo Canuto, disse que o músico “sempre foi uma referência na cultura popular pernambucana e na defesa e no registro de nossa ancestralidade africana”. Ele ressaltou também o ativismo do músico na “luta por uma política pública de cultura para o setor”.
O secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura da capital, José Manoel Sobrinho, disseram em nota que Guitinho “se confirmou desde muito cedo símbolo de resistência, força e futuro para as tradições culturais populares e de matriz africana em todo o estado de Pernambuco”.
O cantor pernambucano Lenine utilizou suas redes sociais para ressaltar a importância de Guitinho e relembrar um momento nos palcos com o grupo Bongar. “Guitinho deixa um lindo legado para todos”, disse.
A cantora Karina Buhr desejou, em uma postagem nas redes sociais, que o músico “vá na luz tão imensa que espalhou e vai seguir espalhando pra todos nós por aqui”.
A vereadora do Recife Dani Portela (PSOL) lamentou a partida e afirmou que o músico “deixou um legado gigante e bonito”. O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) afirmou que Guitinho “era uma referência da nossa cultura popular e uma luz de resistência na defesa da ancestralidade africana. O pouco que tivemos juntos, aprendi muito com ele”.