Mulher dá à luz em carro de aplicativo a caminho da maternidade

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Menina Allana Rafaely nasceu na noite de terça (11) enquanto motorista fazia curva para entrar na rua da unidade de saúde. Atendimento foi feito ainda no veículo, logo após o nascimento.

Mesmo com a experiência de quem já tem quatro filhos, a auxiliar de cozinha Micilene Pessoa, de 34 anos, nunca imaginou que, ao fim da quinta gestação, daria à luz dentro de um carro de aplicativo a caminho da maternidade. Mas foi exatamente isso que aconteceu. A menina Allana Rafaely nasceu na noite de terça (11), enquanto o motorista fazia uma curva para entrar na rua da Maternidade Bandeira Filho, na Zona Oeste do Recife.

Em entrevista ao g1, Micilene contou que estava no carro com o marido e cunhada, quando sentiu que as dores das contrações estavam se intensificando. A corrida da casa onde a família mora, no bairro da Imbiribeira, até a unidade de saúde durou menos de 15 minutos.

“Quando a gente dobrou a esquina, eu disse: ‘Não vai dar, está nascendo’. E falei para a minha cunhada segurar [a bebê]. Só que eu estava numa porta, ela na outra e, no meio, as bolsas. Quando ela perguntou: ‘Segurar o quê?’, eu já estava com a criança na mão e batendo nas costas para ela chorar”, disse Micilene.

Segundo a mãe, a família chegou à maternidade pouco minutos depois que a bebê nasceu. “Todo mundo só escutou o choro e o motorista meteu o pé. Cheguei no hospital com ela nos braços e todo mundo correu para ver”, recordou.

O motorista que fez a corrida, Vyctor Gomes, de 23 anos, disse que a equipe médica realizou os primeiros atendimentos ainda no veículo.

“Subi a rampa [da unidade] e foi quando o marido dela desceu e veio a equipe médica. Cortaram o cordão umbilical dentro do carro”, disse Vyctor – que trabalha como motorista de aplicativo há quatro anos.

Bolsa ‘estourou’ de madrugada

Micilene explicou que o nascimento de Allana estava previsto para o fim de abril. Mas o trabalho de parto começou ainda na madrugada de terça e ela decidiu que só iria ao pronto-socorro quando começasse a sentir dores mais fortes.

“Minha bolsa tinha ‘estourado’, mas eu não tinha sentido dor. Disse ao meu marido que só queria ir à maternidade quando as dores ficassem fortes para não ficar lá esperando. De tarde, ele saiu para comprar algumas coisas. Mas, por volta das 17h30, comecei a sentir essas dores mais fortes e pedi para ele voltar. Entre 18h e 18h30, não estava aguentando mais e fomos embora”, lembrou.

Já o motorista, disse que percebeu que algo não ia bem quando viu a mulher sendo carregada pelo marido.

“Ela estava com muita dor, gritando. Estava agoniado para chegar logo e, durante o percurso, foi mais um desespero, porque não sabia se ela tinha complicações. Foi um misto de agonia e felicidade por ter, de alguma forma, participado [do parto]. É uma sensação de dever cumprido e um alívio”, descreveu Vyctor – que estuda Engenharia Mecânica na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e trabalha como uber para pagar as contas.

Saudável, a menina Allana Rafaely nasceu com 2,278 quilos e 42,5 centímetros, quase 15 dias antes do previsto. “Estamos bem, ela está mamando, tudo direitinho. Só é apressadinha”, disse.

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