‘Só Deus me tira da cadeira presidencial’, diz Bolsonaro sobre possível processo de impeachment

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Presidente comentou decisão da ministra do STF, Cármen Lúcia, que determinou que Presidente da Cãmara, Arthur Lira, explique por que não analisou pedidos de impeachment

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que apenas Deus pode tirá-lo da cadeira presidencial. O comentário de Bolsonaro foi uma resposta à informação de que a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu cinco dias para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), explique os motivos por não ter analisado os pedidos de impeachment protocolados na Câmara.

A decisão da ministra foi tomada em um processo no STF que questiona por que a Câmara dos Deputados não analisou os mais de 100 pedidos de impeachment já protocolados contra Bolsonaro. De acordo com a Constituição, a decisão sobre a abertura ou não de um processo de impeachment cabe ao presidente da Câmara, que não possui prazo para tomar a decisão.

— Eu não quero me antecipar e falar o que acho sobre isso, mas digo uma coisa: só Deus me tira da cadeira presidencial e me tira, obviamente, tirando a minha vida. Fora isso, o que estamos vendo acontecer no Brasil não vai se concretizar. Mas não vai mesmo. Não vai mesmo — afirmou Bolsonaro durante a live semanal que realiza nas redes sociais.

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O presidente afirmou que irá aguardar a resposta de Arthur Lira à decisão de Cármen Lúcia. A ação no Supremo pede que a Corte imponha um prazo para que o presidente da Câmara analise os pedidos.

Durante a transmissão, o presidente Bolsonaro voltou a afirmar que o país se aproxima de um limite. Nesta semana, em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada, o presidente afirmou que espera uma sinalização do povo. Na live, Bolsonaro disse que o governo vai “agir dentro das quatro linhas da Constituilção restabelecendo a ordem no Brasil”.

— Lamento muito pelo futuro do nosso Brasil. E o que eu posso fazer? A gente só ganha a guerra se tiver informações, se o povo estiver bem informado, consciência do que está acontecendo. Alguns querem que seja imediatista. Eu sei o que tem que fazer, dentro das quatro linhas da Constituição. Se o povo cada vez mais se inteirar, se informar, cutucar seu vizinho, mostrar qual o futuro do nosso Brasil, a gente ganha essa guerra. Eu sei onde está o câncer do Brasil. Se esse câncer for curado, o corpo volta a sua normalidade. Estmaos entendidos? Se alguém acha que tem que ser mais explícito, lamento — afirmou.

Após decisão do STF, Bolsonaro critica Lula

Nesta quinta-feira, a maioria do Supremo Tribunal Federal confirmou a decisão do ministro Edson Fachin que anulou todas as condenações do ex-presidente Lula. Durante a live, o presidente comentou a decisão. Acompanhado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, comparou números de seu governo com os do petista.

— Se o Lula voltar, pelo voto direto, pelo voto auditável, tudo bem. Agora veja qual vai ser o futuro do Brasil com o tipo de gente que ele vai trazer para dentro da presidência. Se o Lula for eleito, em março de 2023, ele vai escolher mais dois ministros para o STF — afirmou o presidente.

Bolsonaro afirmou que não sabe se será candidato, mas colocou o ex-presidente como postulante ao cargo.

— Não estou dizendo que vou ser candidato mas vamos ter uma eleição pela frente, o Lula vai ser candidato. Tira eu de candidato. Quem seria o outro que iria para o Lula pro segundo turno? Só fazer um raciocínio que vão entender o futuro de cada um de vocês — disse Bolsonaro.

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